Vão ouvindo, enquanto escutam os responsáveis parlamentares do bloco central responderem que tudo isto não passa de demagogia. Sem estar a defender nem o Bloco nem o Miguel Portas, esta história já vem de longe. ainda me lembro da Manuela Ferreira Leite acusar o Louçã disto mesmo num caso semelhante. A questão, pelo menos para mim, é que nunca ouvi uma justificação para que os deputados, os gestores públicos, enfim os que têm o poder nas mãos, tenham um estatuto diferente dos outros. Eles circulam por aí, com crises ou sem elas, sem que as suas necessidades, os seus patamares de rendimento e de nível de vida, sejam questionados, controlados (pois, está bem, são eles que os controlam). Na sociedade ocidental democrática, existe uma aristocracia que se auto reproduz, achando que está num patamar superior que se rege por outros princípios. Mas em que base, ou com que fundamento, isso acontece? Essa superioridade vem de onde? De Deus? Da sua força? Da sua capacidade de organização? Do seu brilhantismo intelectual? Da sua inteligência projetual? Não há outra gente com a mesma formação e capacidade de trabalho?
Estamos numa época em que a educação e o nível de escolaridade são transversais. O fosso entre o burguês rico e o camponês ou o operário recente do início da revolução industrial não existe da mesma maneira que há uns séculos atrás. A justificação que o povo é bruto e analfabeto, logo não pode ser um homem de pleno direito já não é possível na sociedade do pós 2ª guerra e menos ainda na sociedade pós industrial do séc XXI. Basta olhar para a gente jovem da "geração à rasca".
Se alguém me souber explicar este paradoxo (ou apenas que me informe que raio de justificação é que fundamenta esta opinião e pretensão dos que acham que os líderes têm o direito de viver à margem da lei geral), agradecia que me iluminasse. Embora esteja convencido de que é apenas uma ideia retórica que nos querem gravar no cérebro. Não tem fundamento defensável, e por isso agitam-se e gritam para calar que toca no assunto.
Estamos numa época em que a educação e o nível de escolaridade são transversais. O fosso entre o burguês rico e o camponês ou o operário recente do início da revolução industrial não existe da mesma maneira que há uns séculos atrás. A justificação que o povo é bruto e analfabeto, logo não pode ser um homem de pleno direito já não é possível na sociedade do pós 2ª guerra e menos ainda na sociedade pós industrial do séc XXI. Basta olhar para a gente jovem da "geração à rasca".
Se alguém me souber explicar este paradoxo (ou apenas que me informe que raio de justificação é que fundamenta esta opinião e pretensão dos que acham que os líderes têm o direito de viver à margem da lei geral), agradecia que me iluminasse. Embora esteja convencido de que é apenas uma ideia retórica que nos querem gravar no cérebro. Não tem fundamento defensável, e por isso agitam-se e gritam para calar que toca no assunto.
(texto de um amigo, digamos "Ciclope", que, naturalmente, subscrevo)